terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sonhando...

Como é bom entender que os caminhos sempre nos levam à algum lugar e que tudo na vida tem uma objetividade.
Porque viver sem um objetivo seria como uma corrida de cavalos sem a linha de chegada. Correriam para sempre, talvez até morreriam correndo e não teriam sucesso algum.
É por isso que eu sonho.
É por isso que carrego comigo a esperança de estar um dia em um lugar bem alto onde possa me sentar e ouvir as canções que de milhares apontam para uma só direção.
Quando sonho me levo a pensar que não sou mais eu que amo, ou que sofro, ou perco, que durmo, que penso. Que não sou mais eu que sinto a tristeza de ser trocado pela vida, de ser taxado pequeno, de não ter apego e amor.
Quando sonho me sinto livre e sem rumo, com asas, estrelas e nomes. Com flores, princesas e seres. Me solto, me largo, me vejo. Sou lua, sou sol, sem razão. Me perco no vento e na estrada de terra, na luz e no trevo.
São sonhos de uma vida inteira de completos pesos e cores, de facas, deslizes e medos.
Me agarro no rítimo que leva meu sonho. Imaginando a pureza da luz que me guia o morar, de quem tem muito a sorrir, desprezando o que tem a chorar.
Preciso de mim, no silêncio preciso sonhar pra poder pensar naquilo que me envolve ao nascer, carinho e ninar.
De lá, de desde o ventre que sonho o sonhado preso ao desfeche do muito perdido, amante imaginado, sem rima potente, descaso fitando um sóbrio recado que sonha com um dia perfeito de sorte, de fato e direito, de um dia poder ser amado.
E quero ainda sonhando completar a escala dos dias, de quem lê o recado gritando, aos prantos gemer melodia.
Floriar poesias cantadas como num sonho perdendo a mania de atear fogo nos telhados, de perder de longe a estrela guia.
Tudo é confuso porque é sonhado, não só de noite mas também de dia, não só dormindo mas também acordado. Celebrando a morte e o enfado, celebrando a arte reluz poesia.
Ficam os versos do sagrado legado de toda a estúpida tirania.
Perdido alcance o amado, desde o simples ao mais desejado, o fútil e o mais consagrado, que assim o desapropria.
Quem me guia além do pecado, a morte minha companhia.
É poético porque é sonhado, sonho sonhando poesia.
E fiz assim meu próprio pecado, deixando assim de ser sagrado, amei de morrer por um dia.
Sonhei de usar ventania, sonhei como quem sonharia...

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