quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Todo mundo que ama.

Ontem fui dormir com um assunto na cabeça que queria muito tornar em crônica. Eterno defeito, sempre produzindo no exato momento em que não posso reproduzir ou exportar. O pior é que eu nunca lembro no outro dia, nem sequer uma palavra, nem a idéia ou qualquer outra característica do que havia pensado.

É assim com o amor também!

Queremos sempre o que não estamos na condição de ter, acreditamos sempre no que está na cara que é mentira. Usamos o paradoxo como camisa e a controvérsia como bermuda.

Fico perto de quem eu amo e num segundo me torno tudo o que nunca fui. Esperto, disposto, inteligente e sagaz.

Me faço de entendido e finjo não me achar menor.

Ao mesmo tempo o oposto acontece.

O cara mais culto se vê disperso como um bando de nuvens soltas em dia de sol, as palavras somem de uma maneira tão rápida que é difícil até pedir um copo d’água. O escritor fica mais superficial que uma tira de jornal, o jazzista se encanta por uma linda letra de axé, e tudo torna a se contrapor como sempre, e é assim com todo mundo.

Todo mundo que ama!

Porque amar não tem tempo, nem raiz. Amar simplesmente acontece.

Seja de um mês, ou seja de um ano.

Um ano calado, ou um mês todo dia... Acontece!

O amor é como um assunto que vem na cabeça de um escritor, totalmente sem querer e some no pensamento antes mesmo que ele perceba.

Sim, ele some da mente. Passeia entre o coração e a alma, até dormir à noite no último arrepio suado.

É fácil perceber que o que se contrapõe na verdade quer se juntar, e o contradito é só o que se quer dizer.

Então cai-se sobre a mesa a discrepância do dizer, de tudo o que está engasgado por medo, fome ou vontade. Cai-se, porque ninguém o derruba, mas ele se joga. Na complexidade do ser mais simples, que sabe o que sente e o que quer.

Meu eu é muito simples pra disfarçar que estou amando!

E na verdade nem quero se já não sou mais aquele menino, e não sou virgem de sofrer.

Quero a conseqüência como troféu e não como pena. E se um dia eu lembrar no que estava pensando ontem, vou ter a certeza de que escrevi aqui o que eu exatamente queria dizer.

3 comentários:

  1. Parabéns manolo...

    Ah Norbim, seria tão mais interessante fazer um rascunho no papel. Assim vc nunca ia esquecer a Ideia Principal.

    [pronto]e [ponto]
    BJ.

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  2. "Usamos o paradoxo como camisa e a controvérsia como bermuda." É Norbim, rs!

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